Artigo publicado originalmente na RevistAE edição n° 204 – Setembro/2016 – por Izilda Alves, Jornalista e Conselheira Consultiva do Amor-Exigente.

Como o assunto é bem atual, vale a releitura!

Estamos em ano eleitoral. É hora de cobrar dos candidatos posição clara sobre drogas. A banalização do uso de drogas aumenta o número de assaltos e cracolândias, territórios livres para compra e uso nas ruas. Além disso, dependentes estão em praças, sob viadutos, em calçadas, até em frente a igrejas. O governo ignora as leis que proíbem o uso de drogas – a 11.343/2006 e o Estatuto da Criança e do Adolescente – e não investe em tratamento. CAPS, centros municipais para o primeiro atendimento, ignoram a maior dificuldade para tratamento: o dependente não acredita ser doente. Por isso, quando aceita, tem de ser atendido imediatamente. Nos CAPS tem de marcar hora para atendimento. Em São Paulo, alerta o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, apesar de haver três mil vagas para internação de dependentes em São Paulo, os CAPS mandam a maioria dos pacientes para casa. Faltam também profissionais especializados no tratamento de crianças e adolescentes dependentes. São poucas as clínicas para internar moças dependentes, além de distantes da capital. Ou cobramos ou continuaremos sendo vítimas das consequências dessa epidemia que vem destruindo famílias.

Minha proposta: como eleitores escrevermos aos presidentes e coordenadores dos partidos questionando:

• cracolândias e banalização das drogas estão entre as principais preocupações das famílias, portanto, qual o estudo que seu partido já fez sobre essa preocupante realidade nos bairros da cidade?
• qual a posição do seu partido sobre maconha, droga já de crianças de oito, nove anos em São Paulo e causa de surtos psicóticos de jovens no país?
• o que o seu partido já fez para acabar com cracolândias?
• o que o seu partido já fez para aumentar os recursos para tratamento de drogados?

Os candidatos irão aos seus bairros. Convido cada um de vocês a questionarem e cobrarem com o poder de eleitor respostas dos partidos e dos candidatos.