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Post: Não desista do seu filho!

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Não é tarefa fácil lidar com um filho dependente químico. Os pais aconselham, imploram, gritam, oferecem ajuda, porém eles parecem não ouvir. Algumas vezes prometem mudanças, mas na prática nada acontece. Continuam mentindo, manipulando e usando substâncias ilícitas. Os pais esgotam todos os seus recursos e chega um momento em que pensam até em desistir.

Compreendemos o quão é difícil vivenciar essa situação, mas não podemos desistir dos nossos filhos. Por vezes, dá vontade de jogar tudo para o alto, lavar as mãos e deixá-los à própria sorte, no entanto, essa opção não nos ajudará no enfrentamento do problema. Eles precisam da ajuda dos pais, mesmo que não demonstrem ou a recusem.

No entanto, não podemos confundir ajuda e apoio com facilitação e aceitação do uso. Por vezes, vamos precisar tomar atitudes concretas, estabelecer regras na casa e nos posicionarmos diante dos seus comportamentos. Cortar mordomias e regalias, ou seja, deixá-los perceberem que sua opção pelas drogas causam-lhes prejuízos.

Não podemos negar que as drogas proporcionam prazer e esse é um dos fatores que dificulta a decisão por deixá-las. Um dependente só começa a pensar em abandoná-las quando os prejuízos pelo uso forem maiores que os prazeres. Não existe possibilidade de sucesso enquanto eles continuarem usufruindo dos prazeres, enquanto os pais arcam com os prejuízos.

Por isso precisamos de posicionamento firme e tomadas de atitudes, não movidas por sentimentos de raiva ou vingança, mas visando atingir objetivos para solucionar o problema. Devem ser fundamentadas pelo amor, mas um amor sábio: É porque eu te amo que eu não aceito que você continue usando drogas. Eu te amo tanto que não posso assisti-lo consumir substâncias ilícitas, se destruir a cada dia, sem nada fazer.

Nem sempre eles estão dispostos a nos ouvir ou a seguir as regras da casa. Desejam continuar usando drogas e, mesmo assim, continuar a usufruir de facilidades e mordomias. Muitos destes não trabalham e são bancados pelos pais. Quando percebem que não terão mais facilitação para o uso, preferem sair de casa e continuar usando drogas a aceitar nosso apoio.

Essa é uma escolha deles e contra isso nada podemos fazer. Mas, mesmo assim, não devemos desistir e transmitir-lhes, com muita clareza, que caso aceitem nossa ajuda para abandonar a dependência, podem contar sempre conosco, só não estamos dispostos a aceitar as drogas que eles consomem: “Amo você, mas não aceito as coisas que você faz de errado”.

Por Celso Garrefa, Voluntário do Amor-Exigente em Sertãozinho/SP.

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