Menos tempo diante das telas, adolescentes mais felizes

by Thiago Biancheti

Um estudo recente do psicólogo Robert Myers revelou que adolescentes são mais felizes quanto menor é o tempo que passam em frente as telas. Ele realizou uma pesquisa com mais de 1 milhão de adolescentes entre 13 e 18 anos e descobriu que o nível de felicidade desses jovens despencou desde 2012. Ele vem acompanhando o tempo que esses jovens dedicam às várias atividades do dia a dia, desde 1991, e comparando com níveis de bem-estar psíquico, como auto estima, alegria e satisfação. O estudo conclui que a queda na sensação de alegria está associada ao tempo que passam jogando vídeo game, acessando mídias sociais e chats. Mesmo o risco e suicídio aumenta para quem passa horas e mais horas todos os dias dentro das telas e não no mundo real. Essa viagem para mundos virtuais os leva frequentemente a um estado de isolamento social, empobrece a qualidade do sono, o desempenho escolar ao mesmo tempo que leva a mais conflitos familiares, crises de mau humor e mau comportamento. Os círculos sociais desses adolescentes podem estar reduzidos aos seus ambientes online, seus melhores amigos podem ser pessoas que moram em outro estado ou país e que talvez nunca tenham se encontrado pessoalmente.

Segundo a publicação no blog americano Instituto do Desenvolvimento Infantil, o estudo descobriu que os adolescentes que estão menos de uma hora por dia expostos às telas são os mais felizes e mais envolvidos em atividades esportivas, sociais, leitura e convívio familiar. A sugestão americana é de no máximo duas horas por dia entre TV, celular, ipad, e computador, desde que este seja um tempo equilibrado com relação as demais atividades da criança. Antes de dormir, é recomendável que estejam pelo menos meia hora off-line, para garantir um sono tranquilo.

O desafio é encontrar um balanço apropriado. As relações familiares devem ser prioridade, as refeições conjuntas podem ser sem aparelhos ligados. Esses são bons ingredientes para o diálogo afetivo e educativo. É mais interessante criar atividades onde todos se envolvem , como uma noite de filmes ou de jogos, uma saída em família. Ter um hobby pelo qual o jovem se interessa também é uma excelente alternativa.

É comum que os pais preocupados, que tentaram limitar o uso das tecnologias, tenham enfrentado enormes conflitos com os filhos, inclusive físicos, e o resultado seja um distanciamento ainda maior da convivência familiar. Por isso, vale a pena se preocupar desde cedo, investir toda a nossa paciência e cuidado para que o uso das mídia seja adequado, consciente, moderado e seletivo. A chupeta do século XXI tem consequências mais sérias e os danos psíquicos e cerebrais não se resolvem no ortodontista.

Se você tem um filho que passa tempo demais com eletrônicos, que vive ranzinza e resmungão, que dorme pouco e não quer muito papo olho no olho com ninguém, ele pode estar num estado de vício digital e talvez seja oportuno você procurar ajuda.

Fonte: Estadão

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