Um projeto inovador desenvolvido em São José dos Pinhais e que conta com a participação do BPTran, do Hospital Municipal de São José dos Pinhais, do Departamento de Trânsito do Paraná(DETRAN/PR), da Secretaria de Mobilidade Urbana (SEMUTRAN), do Corpo de Bombeiros, do Grupo de Alcoólicos Anônimos, do Centro Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPSad), do Conselho da Comunidade, do Ministério Público, da Defensoria Pública e Guarda Municipal deve ser exemplo a ser seguido e implantado em todo o Brasil.
Segundo o Juiz Augusto Gluszczak, idealizador do projeto, a pessoa, após ser presa por embriaguez ao volante, passa por uma 1ª audiência em apenas 12 dias; em seguida, uma nova audiência é marcada com menos de 30 dias e o infrator encaminhado para assistir a 8 horas de palestras, a qual deve ser cumprida em apenas um dia, na última sexta-feira do mês. Esta atividade inclui um profissional do BPTRan que ministra a palestra.
As atividades estão sendo realizadas em duas fases: na primeira, após as audiências, o cidadão passa por palestras e oficinas práticas, o que ocorrem na última sexta-feira de cada mês, na sede da 2ª Vara em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba (RMC); a segunda fase compreende no voluntariado deste mesmo cidadão e no atendimento à vítimas que chegam ao Hospital daquele município. “Constatamos que o simples pagamento de uma prestação pecuniária ou uma cesta básica não era suficiente para conscientizar as pessoas e também não estava tendo o cunho educativo que queríamos. Além do que, levava muito tempo para que a audiência fosse realizada, por isso reduzimos este prazo para no máximo 12 dias. Em seguida, em um diálogo com o Comandante do BPTran, tenente-coronel Valterlei, desenvolvemos um programa educativo com a participação de diversas instituições”, explica o Juiz de Direito da 2ª Vara Criminal de São José dos Pinhais, doutor Augusto Gluszczak.
“Nas palestras o motorista tem contato com as consequências de dirigir embriagado através de vídeos e conversas, mas ao se tornar colaborador do hospital ele passa a pensar que poderia ser o responsável por uma pessoa estar naquela situação. Ali ele percebe o quanto sua atitude afeta outras pessoas, promovendo uma responsabilidade, além da conscientização”, afirma o tenente-coronel Valterlei.
“Posteriormente o motorista passa por uma triagem com um psicólogo e um assistente social para poder cumprir as 40 horas de colaboração no hospital, onde ele fica à disposição para ajudar no transporte de pacientes nos leitos. Após este período a pessoa ainda é monitorada por dois anos”, relata o juiz. “Queremos sensibilizar este motorista, mostrando-o os riscos de se dirigir embriagado. Entendemos que é uma forma inovadora, junto ao Poder Judiciário e demais instituições, para tentarmos mexer com as emoções desse infrator, fazendo com que ele pense e reflita sobre suas atitudes”, acrescenta o doutor Augusto Gluszczak.
OBJETIVO
“O principal objetivo é a mudança de comportamento e temos percebido isto nas pessoas que têm vindo nestas palestras. Não temos tido reincidência e o motorista participa além de sua atividade. É importante ressaltar o fato de o infrator ser um multiplicador, pois ele coleta estas informações e repassa para seus amigos e familiares”, conta o Comandante do BPTran, tenente-coronel Valterlei Mattos de Souza.
Durante o cumprimento das 8 horas, os apenados passam por várias palestras no decorrer do dia, além da atividade ministrada pelo BPTRan, como Serviço e Controle de Infecção Hospitalar, Educação Permanente, Detran, SEMUTRAN, Corpo de Bombeiros, Alcoólicos Anônimos, CAPsAD e no final é aberto para depoimentos. Em todas as atividades é repassado para os infratores as consequências de dirigir sobre o efeito de álcool. Ainda segundo o Juiz Augusto, outros estados entraram em contato para coletar mais informações sobre o projeto, além de ter um estudo para expandir esta iniciativa para todo o estado do Paraná.
Fonte: Texto adaptado do site da SESP.
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