SÃO PAULO – Sexta-feira, 11 horas da noite. Esquina da Augusta com a Paulista. Esquina do Safra. Esquina do esquenta. Esquina do torpor. Há algum tempo o entroncamento atrai a moçada que aguarda o horário das baladas no Baixo Augusta. Ou que não aguarda nada. Estão na arquibancada, vendo o mundo passar. É o footing mais seating da cidade: todo mundo meio acocorado nos degraus. Não avançam muito, já que o Banco Safra colocou umas grades para conter o avanço da massa. Mas avançam nos entorpecentes e na bebida barata.
Entre os acocorados estão muitas acocoradas. São garotas de seus 17, 19, 22 anos, algumas saídas da aula, várias que há meses não participam de nenhuma. Dividem copinhos de gelatina cor-de-rosa com Askov, que compraram de ambulantes. Diversas delas fumam maconha. Uma ou outra experimenta um brownie da erva, em versões de 3 gramas e 6 gramas, vendidas dentro de um Tupperware. Ovos de chocolate com LSD acabam de passar. Uma moça de calça azul cintilante distribui um pó branco sobre o celular e cheira a carreira de costas pra rua. Outra, evidentemente bêbada, é sugada num beijo por um vendedor de pulseirinha hippie, botado pra correr por umas cantoras de rap que perceberam o abuso.
Mano, ali também é point de lúcidas batalhas de rap, uma competição de improvisos – aliás, vencida por uma moça, Gaby, na sexta-feira em questão. Mas isso é tema do próximo capítulo desta série sobre o mundo secreto das garotas. O que rola no episódio que aqui se apresenta é o avanço das drogas entre elas, a começar pelo álcool.
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