Cracolândia rende R$ 9,7 milhões por mês ao tráfico

by Thiago Biancheti

Unidade de Pesquisas de Álcool e Drogas (UNIAD), da Universidade Federal de SP, mapeou perfil dos frequentadores em 2016, 2017 e 2019. Dados foram divulgados nesta segunda (3).

Cerca de 46% dos frequentadores da Cracolândia, na região da Luz, no Centro de São Paulo, compra drogas com dinheiro de roubos e furtos. O dado faz parte de um balanço realizado pela Unidade de Pesquisas de Álcool e Drogas (UNIAD), da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), divulgado nesta segunda-feira (3).

O estudo é o primeiro a traçar o perfil dos frequentadores da região por meio de séries históricas, feitas pela UNIAD em 2016, 2017 – antes e após-operação policial realizada pela gestão de João Doria (PSDB) na Prefeitura e 2019.

“A gente não pode ver aquele público como sendo homogêneo, como sendo usuários de crack. A gente tem ali pessoas com histórias diferentes, com perfis diferentes e as ações tem que ser adequadas pra cada perfil, ações tanto de ajuda social, quanto de amparo de saúde”, afirmou a pesquisadora Clarice Madruga, do departamento de psiquiatria da Unifesp.

Os resultados apontam que atualmente o local possui uma média diária de 1.680 frequentadores (com picos de 2.018 usuários no período da manhã), o que, de acordo com os pesquisadores, indica uma estabilização em relação a 2017, por exemplo, quando o número atingiu 1.860 pessoas.

O gasto médio diário por usuário é de R$ 192,50, o que gera uma movimentação financeira mensal estimada em R$ 9,7 milhões.

“Comparamos os números de 2019 com maio de 2017, pois temos que ter parcimônia ao analisar as pesquisas de 2016 e a realizada pós-operação policial de 2017, devido ao contexto específico nesses momentos, seguidos das operações policiais no local. Nestas ocasiões, a estimativa de frequentadores foram menores, com 709 e 414 em média, respectivamente. É possível então supor que a média de frequentadores normal sejam as estimadas na segunda onda de 2017 e a mais recente, em outubro de 2019”, afirma Clarice Madruga, a pesquisadora da UNIAD responsável pelo levantamento.


Leia a matéria completa no site do G1.

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