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Post: Caos

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No dicionário de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira: “Nas mitologias e cosmogonias pré-filosóficas, vazio, obscuro e ilimitado que precede e propicia a geração do mundo. Grande confusão ou desordem”.

Analogias à parte, após uma de-cisão clara e coerente diante de uma situação insustentável, advém um período de pós-guerra. Arraso total. Agora que o “mundo caiu”, o que fazer com a crise? Compreender o seu valor como processo de atualização. A vida não para na sua dinâmica que requer.

No auge da crise, razão e subjetividade se misturam e se revezam causando impasses e futuros dissabores. Velha expressão “briga de foice no escuro” retrata os “golpes” aleatórios desesperados na tentativa de solução.

Conforme o Amor-Exigente, quem cria a crise, administra-a fruto da inépcia ou visão equivocada dos acontecimentos.

Buscar ajuda é sabedoria; maldizer o caos é desconhecer sua potencialidade de criar o novo antes imaginado.

A crise é parte do processo vital em qualquer instância, significando renovação, crescimento, descobertas.

Depois do século XX, caracterizado pela demolição generalizada de antigas certezas, segue-se o século XXI que inicia a pós-modernidade marcada pela fluidez – tudo está sendo –, nada é. “Por enquanto” – “Eterno enquanto dura”. Saudade da era industrial com linha de montagem, tudo previsível, determinado, carteira assinada? Precisa de ajuste num mundo cambiante onde a única certeza é a mudança.

Automatização, robótica, mineração em asteroides, etc., transportam para um contexto que interroga a cada um: qual o sentido de viver quando o ser humano é relegado à condição de sucata, excedente do sistema? É uma senhora crise! Pior, global.

No macro e no micro do Universo tudo está em plena transformação, inclusive o mundo econômico despertado pela exaustão de recursos do planeta e pela inconsequente poluição ambiental. Mudar ou… Lucro por sustentabilidade, essencialismo como uma práxis da busca do melhor com menos.

Enfim, a sensatez sugere ser flexível na mudança. Rigidez exaure nossa força física e emocional, além de embaçar a percepção. Qual o momento ideal para novas escolhas senão numa crise quando somos desafiados? Viva a crise que revela a criatividade caleidoscópica de cada um.


Por Liane Castrillon (in memorian) – edição n° 203 da REVISTAE – Agosto/2016.

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