Os defensores da maconha legal no estado prometeram mundos e fundos. Mas a verdade é que os californianos continuam comprando com traficantes e o mercado ilegal segue mais forte do que nunca, enquanto as vendas legalizadas caíram.
Um bilhão de dólares em receitas fiscais, o controle do mercado ilegal, a conveniência de lojas de cannabis em todo o estado – essas foram algumas das promessas feitas por defensores da legalização da maconha na Califórnia.
Um ano após o início das vendas da erva para uso recreativo, elas ainda são apenas promessas.
A experiência da Califórnia com a legalização está sendo prejudicada por debates sobre a regulamentação e dificultada pelas cidades que não querem empresas de cannabis em suas ruas.
A Califórnia foi o sexto estado a introduzir a venda de maconha recreativa – Alasca, Colorado, Nevada, Oregon e Washington foram os primeiros –, mas o tamanho do mercado gerou previsões de grandes vendas legais.
Em vez disso, as vendas caíram. Cerca de US$ 2,5 bilhões foram vendidos na Califórnia em 2018, US$ 500 milhões a menos que em 2017, quando apenas a maconha medicinal era legalizada, de acordo com a GreenEdge, empresa de verificação de vendas.
“Há dias em que acho que a legalização foi um fracasso”, diz Lynda Hopkins, integrante do conselho de supervisores do Condado de Sonoma, que assumiu a liderança no licenciamento de empresas de maconha, mas acabou envolvido em disputas sobre regulamentos e impostos, sem mencionar os habitantes revoltados que não querem o cultivo da erva em seus bairros.
Mercado negro
A parte fácil da legalização foi convencer as pessoas a votar nela, dizem os analistas da indústria. A parte difícil, agora que foi legalizada, é persuadir as pessoas a parar de comprar no mercado negro.
No Colorado e em Washington, as vendas legais subiram após a legalização. Uma diferença crucial em relação à Califórnia é seu excedente de produção – o estado produz muito mais do que consome.
As toneladas extras de cannabis continuam indo para os estados onde é legalizada.
“A verdade é que sempre houve um mercado ilícito robusto na Califórnia – e ainda há”, afirma Tom Adams, da BDS Analytics, que acompanha o mercado de cannabis. “Os reguladores ignoraram isso e acharam que poderiam ir direto para um ambiente incrivelmente rigoroso com altos impostos.”
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