Vem dançar comigo?

by Thiago Biancheti
Pai dançando com a filha

O convite para escrever a respeito do 4º Princípio foi uma das tarefas mais difíceis que recebi nos últimos tempos! Passei dias pensando a respeito e ainda assim entreguei o artigo nos 45 minutos do segundo tempo.

Poderia seguir o pensamento de que pais e filhos são diferentes a partir das suas funções, em que pais tem papéis de mantenedores, orientadores e disciplinadores e que a partir de suas experiências e amadurecimento, afinal pais são pessoas adultas, maduras e experientes (ou deveriam ser), têm o dever de orientar e mostrar caminhos aos filhos, baseados em limites e regras que os protejam e os preparem para o mundo. Os filhos por sua vez, são guiados, educados e formados a partir da vivência, dos valores éticos e morais de seus pais. Também são estimulados e encorajados no sentido de desenvolverem suas potencialidades, a se realizarem e serem as melhores pessoas possíveis para eles próprios e para mundo.

O fato é que embora a razão me leve para esse caminho, a emoção, e por que não dizer, meu coração, insiste em me dizer “eu sou eu e você é você”. O que essa frase teimosa insiste em me dizer? Foram dias martelando esse pensamento, quase que como um mantra!!!

Então revisitei nos princípios anteriores algumas questões:

  • Em raízes culturais entendi que a minha família, tal como se apresenta hoje, é a soma de duas histórias completamente diferentes e mais uma série de outras bagagens adquiridas ao longo desses anos de relacionamento.
    Essa família não é a família dos meus pais;
  • Depois tomo consciência de que não sou um super herói, sou falível e cheia de defeitos, da mesma maneira que os outros o são;
  • E ainda antes de entender que eu sou eu e você é você, tenho que admitir que meus recursos são limitados. Que
    embora a minha vontade seja de carregar o piano nas costas, sozinha isso não será possível.

De repente tudo parece fazer sentido. E aquele mantra que outrora martelava meus pensamentos, passa a realizar uma linda dança diante dos meus olhos. Os pares dessa valsa algumas vezes sou eu e o companheiro, noutras eu e meus pais, meus filhos e eu e nessa simbologia da dança posso observar os papéis de cada um. Embora meus filhos sejam uma extensão minha, eles não são eu. São seres únicos, especiais, construindo novas histórias, caminhando novos caminhos, dançando outros ritmos.

A responsabilidade pela minha vida é minha! Cabe a mim resolver minhas frustrações, mágoas de infâncias, ser feliz e me autorrealizar. O que é necessário entender, é que os filhos não pertencem aos pais, bem como eles não representam uma segunda chance de os pais realizarem seus sonhos e desejos, porque isso tudo é você e não seu filho. Da mesma maneira que não é possível corrigir o descompasso ou a falta de ritmo da família que seus pais conduziram. Isso foi uma outra dança.

Embora a música que se ouve seja a mesma, o jeito de dançar de cada um é diferente e diferença não quer dizer desavença. São dois corpos unidos, onde um ajudará o outro a desempenhar suas funções.

E assim o baile segue… Ora dançando juntos, ora soltinhos, algumas vezes de rosto colado, mas inevitavelmente sendo dois corpos e duas pessoas separadas.

Por Flávia Lisboa Nascimento dos Reis Peixoto, Grupo Brooklin/SP – edição n° 211 da REVISTAE – Abril/2017.

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3 comments

MADALENA VARRIALE DE OLIVEIRA 11 de abril de 2018 - 13:08

Gostaria de saber um pouco sobre este assunto. Dizem, algumas vezes,que estou desligada!!!!

Thiago Biancheti 12 de abril de 2018 - 17:33

Acompanhe sempre nosso site!

Dilma 11 de abril de 2018 - 13:16

Maconha : Princípio do pesadelo

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