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Post: Liberação da maconha criaria uma “ilha da fantasia”

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Com altas doses de ironia, o artigo abaixo reflete de maneira leve, sem perder o teor crítico, a fantasiosa ilusão dos favoráveis à liberação de maconha.


Por Renata Brasil Araujo, psicóloga, coordenadora do Programa de Dependência Química do Hospital Psiquiátrico São Pedro

Ao ouvir os argumentos a favor da legalização da maconha a partir da defesa de que coibiria o narcotráfico, fico imaginando no que se transformaria a vida dos traficantes se isso acontecesse. Imaginem um traficante qualquer – vou chamá-lo aqui de “João” – que recebe a notícia de que a venda de maconha não é mais um privilégio seu e que pessoas comuns, o governo e indústrias fariam isso livremente pagando impostos.

Isso poderia desestabilizar sua carreira profissional, sua família, seu futuro, afinal de contas, segundo alguns especialistas em política das drogas, com essa medida, seria finalmente extinto o narcotráfico! Talvez ele se deprimisse e tivesse que procurar um terapeuta para ajudá-lo a lidar com essas mudanças e a pensar em que outra profissão poderia se “adaptar”. Imagino ele, em uma fila de emprego, ou pesquisando uma clínica para fazer um teste vocacional.

Porque, é claro, se a maconha for liberada, João não pensará em vendê-la por um preço mais barato, nem mesmo em criar, em laboratório, uma maconha de melhor qualidade. Obviamente, ele não pensará em vender para menores de idade, já que o governo brasileiro é muito competente na fiscalização. Da mesma forma, João sabe que não haverá problemas quanto ao controle da qualidade da droga, nem com a fiscalização da quantidade de plantações permitidas por pessoa.

João estará fazendo terapia, porque mesmo sabendo que houve um aumento no consumo da maconha em países nos quais a mesma foi liberada, teme perder a sua fatia no mercado… Ele não pensará em direcionar suas vendas para outras drogas… Ele só agradecerá diariamente a Deus por não ter ocorrido a ninguém antes essa “maldita ideia” de liberação, pois assim, talvez nem existissem “Joões”…

É… Tenho pena do João, que será um simples cidadão em uma “ilha da fantasia”, onde não existirá tráfico, nem criminalidade, nem dor, somente uma fé ingênua para justificar políticas públicas na contramão das evidências.

Fonte: GaúchaZH

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