Cientistas atestam o óbvio: James Bond tem sérios problemas com o álcool

by Thiago Biancheti

Pesquisa australiana garante que quantidade de álcool ingerida pelo agente em alguns filmes poderia ser fatal a determinadas pessoas

“Shaken, not stirred”. Esta fala, que no bom português significa “batido, não mexido”, acompanha a franquia e o personagem James Bond como um mantra, desde suas origens no cinema com “007 Contra o Satânico Dr. No” até a última encarnação do icônico espião vivida por Daniel Craig. Como os vilões extravagantes, os carros tunados, os aparatos malucos e o seu charme irresistível, o agente do serviço secreto britânico sempre manteve a taça de martini à disposição para as melhores e piores situações.

A questão é que, bem, aparentemente os drinques mais prejudiquem a condição de saúde do herói que o ajudem na hora de entrosar nas festas em que se infiltra. De acordo com um estudo divulgado recentemente pelo Medical Journal of Australia, a quantidade de bebidas alcoólicas ingeridas pelo espião inglês ao longo das últimas seis décadas e de seus 24 filmes o coloca em “um distúrbio severo de uso de álcool” e torna-o dependente preocupante do líquido.

Em resumo, James Bond é um belo de um alcoólatra.

Escrito pelos pesquisadores Nick Wilson, Anne Tucker, Deborah Heath e Peter Scarborough, a publicação intitulada “Licence to swill: James Bond’s drinking over six decades” diz que nas duas dúzias de aventuras vividas pelo personagem ele bebeu cerca de 109 vezes, sendo que a vez que ele mais exagerou na bebida foi em “Quantum of Solace” quando chegou a virar seis Véspers e elevou o nível de álcool no sangue a uma taxa perigosa de 0,36 gramas por decilitro. Se isso não te choca, deveria: esta quantidade pode ser suficiente para algumas pessoas passaram por uma overdose fatal.

“Há evidências sólidas e consistentes de que James Bond tem um problema crônico de consumo de álcool na parte mais severa do espectro” conclui o estudo, que afirma que os hábitos do espião preenchem mais da metade dos critérios estipulados pelo sistema DSM-5 da American Psychiatric Association para classificar distúrbios do tipo. Segundo Wilson, o líder do grupo de cientistas envolvidos, um dos sintomas que melhor pode ser detectado no comportamento do personagem é o de “beber demais antes de brigar, dirigir veículos (incluindo perseguições), fazer apostas de altíssimo risco, fazer contato com animais perigosos, realizar performances atléticas e transar com inimigos”“Ele [Bond] deveria procurar ajuda profissional e tentar encontrar outras estratégias para lidar com o estresse de sua profissão” termina o documento.

Ao Washington Post, Wilson declara que os filmes da franquia 007 são ótimos para “estudar tendências no comportamento como fumar e beber álcool”, além de muito divertidos dado o nível do “ridículo de algumas das ações de Bond após beber”.

O 007 dos cinemas, porém, está em uma posição ótima comparada à versão dos livros, onde ele já chegou a beber o nível irreal de 50 unidades de álcool em um mesmo dia – uma quantidade que é matadora a qualquer pessoa, segundo o grupo de pesquisa.

Fonte: B9

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